A Sedutora e Coordenada Visão de Cronenberg em Crash

David Cronenberg é um diretor de cinema canadense que possui em seu currículo filmes ousados e controversos. Entretanto, um de seus trabalhos que chamou mais atenção da crítica e do público foi o polêmico Crash.

Lançado em 1996, o filme fala sobre fetiches sexuais que envolvem acidentes de carros. Uma proposta muito controversa que foi alvo de muita controvérsia desde sua estreia. Mas, ainda assim, a franqueza com que abordou o tema, bem como a visão coordenada de Cronenberg, tornou-o um clássico do cinema moderno.

Na trama, o personagem principal James Ballard é interpretado por James Spader. Ele começa a se interessar por acidentes de carro após sofrer um deles em uma noite. Isso o leva a conhecer uma comunidade secreta de pessoas que compartilham seu fetiche sexual. Logo, ele se envolve romanticamente com Helen Remington, interpretada por Holly Hunter, que sofre de fantasias sexuais impulsionadas por um acidente de carro trágico que ela sofreu.

Junto com eles, o personagem de Elias Koteas, Vaughan, incentiva essa comunidade a ir além no prazer de seus fetiches e, juntos, eles partem em uma jornada sem volta.

Cronenberg tem o mesmo magnetismo visual que era característica de cineastas como Alfred Hitchcock. Ele sabe criar cenários que encantam o público e que injetam uma sensação de desalento à medida que as cenas se desenrolam. Porém, é ainda capaz de criar uma atmosfera sóbria, mas envolvente, como o diretor faz no filme Crash.

A mensagem por trás do filme é ainda mais interessante. O fato de a tecnologia permitir que as pessoas compartilhem seus fetiches com outras pessoas, permite que isso se torne uma comunidade real. O filme sugere que a tecnologia abre portas para o que é considerado aberrante, e o que antes era uma fantasia isolada de uma pessoa, pode tornar-se uma realidade compartilhada.

Além disso, Crash dá ao público uma visão da relação entre o prazer sexual e a tecnologia. O filme sugere que, à medida que a tecnologia evoluiu, novas formas de experienciar o prazer sexual também evoluíram.

O desempenho do elenco é algo que não pode passar despercebido. Por isso, uma menção honrosa a James Spader e Holly Hunter que desempenham papéis com perfeita sincronia. E, claro, Elias Koteas como Vaughan, é cativante e sedutor, como deve ser.

Em suma, o filme Crash pode chocar alguns, mas também é um trabalho cinematográfico notável. Cronenberg mistura a arte de fazer um filme inteligente com o tema controverso do desregramento sexual e da tecnologia. Sua visão coordenada dá ao público uma mensagem de que não estamos longe de experimentar novas formas de prazer sexual movidos por avanços tecnológicos. Heidaes é uma obra de arte visual e psicológica que cada vez mais pessoas devem experimentar.